A toponímia é um tesouro cultural que está presente em todos os pontos de um território, mas, mesmo assim, muitas vezes passa despercebido pelos seus habitantes. Procurando a origem e o significado dos nomes da nossa terra, podemos conhecer a história dos locais onde vivemos. Este foi o objetivo traçado pelos moradores da Asociación A Fonte de Fornelos ao recolherem toda a microtoponímia do termo territorial da sua aldeia.
A aldeia de Fornelos, situada na freguesia de Baio (Município de Zas), é a protagonista deste novo capítulo da série “Os nomes da nosa terra”. Este é um projeto audiovisual idealizado pelo produtor Antón Moure, que é composto por uma série de microdocumentários que tem como objetivo divulgar as iniciativas de salvaguarda e investigação da nossa microtoponímia que estão a surgir um pouco por todo o país e que caminham de mãos dadas com o projeto colaborativo Galicia Nomeada, bem como divulgar junto do público em geral a informação proporcionada por muitos dos topónimos únicos que existem na nossa terra.
Neste capítulo, o apresentador, Fran Cañotas, reúne-se com os membros da Asociación A Fonte de Fornelos para explicar como recuperaram coletivamente o que consideram ser um dos seus maiores tesouros culturais, os nomes das terras da sua aldeia. Juntamente com Rocío Romar, Fran visitará a nascente que dá nome à associação e também a Mámoa da Salgueira, túmulo que possivelmente estará na origem do topónimo Fornelos. Com Pepe de Riba do Vao aprenderá como são chamados os diferentes bairros ou partes desta aldeia: O Outeiro, Reiriz, Riba do Vao e O Vao. A Estrela irá mostrar-lhe O Coveiro, uma herdade de dez quartilhos de ferrado que representa o exemplo perfeito de que cada recanto da nossa terra tem nome próprio. Felipe Allo, presidente da associação, destaca a importância da toponímia relacionada à presença de água nesta aldeia. Estrella Balsas e Ramona Martínez detalham como a Asociación Fonte de Fornelos trabalhou para recuperar todos os nomes que compõem a paisagem toponímica desta aldeia de Baio. Além disso, mostram a Fran O Prado do Feo e explicam-lhe que, no caso da toponímia, “as cousas non son o que parecen”.
Por último, como é habitual no formato destes programas, Vicente Feijoo, coordenador técnico do Galicia Nomeada e assessor científico desta série documental, explicará a origem do nome da freguesia onde se situa esta aldeia, Baio, e também o nome da região, Soneira, que tem a ver com a antiga tribo dos Nerios que povoava estas terras. A nota esperançosa de que a transmissão geracional deste património imaterial não se perderá vem da mão de Omar Rodríguez, um jovem que conhece dezenas de microtopónimos das terras de Fornelos.