O denominado Projecto de Toponímia da Galiza (PTG) teve início em 2000 e esteve activo até 2011. Foi o primeiro projecto institucional dedicado à compilação sistemática da nossa toponímia que promoveu a Comisión de Toponímia da Xunta de Galicia, órgão de aconselhamento sobre esta matéria que dependia então do Departamento da Presidencia, Relacións Institucionais e Administracións Públicas. Este projecto teve a sua base de atuação no SITGA (Sistema de Información Territorial de Galicia), organismo vinculado à Sociedade para o Desenvolvemento Comarcal de Galicia e dependente do Departamento de Política Agroalimentaria e Desenvolvemento Rural.
A metodologia de trabalho utilizada por este projeto é a que a seguir se descreve em 8 fases. Em linhas gerais, este método, criado deliberadamente para este projeto, estava baseado em inquéritos orais in loco com informantes nativos de cada aldeia, e, na medida do possível, os de mais idade. A unidade territorial de atuação era habitualmente a paróquia e o concelho. Os técnicos de campo situavam os topónimos em fotografias aéreas impressas em papel para a sua posterior georreferenciação em gabinete com pessoal experiente em programas de tratamento de informação geográfica.
Estes nomes eram introduzidos numa base de dados, registando as suas características linguísticas e geográficas. Posteriomente, era supervisada pela Subcomissão de Estudos da Comissão de Toponímia, órgão integrado por especialistas nesta questão que propunham uma forma escrita normalizada para cada microtopónimo.
Uma vez feita a exposição pública dos mapas toponímicos nas próprias câmaras municipais ou nas freguesias para que os vizinhos e vizinhas fizessem as alterações que entendessem necessárias ou para completarem e enriquecerem os mapas com novos nomes, a finalidade última de todos estes processos era e continua a ser a elaboração de um banco de topónimos único, normalizado e georreferenciado. Este banco de dados servirá de referência para o mundo da investigação e da gestão do território galego, graças à divulgação na rede de toda essa informação.
Do ponto de vista metodológico, o projeto desenvolvia-se em 8 fases:
- Fase 1: Apresentação institucional
- Fase 2: Trabalho de campo
- Fase 3: Controlo e revisão dos trabalhos de campo
- Fase 4: Supervisão da Comissão de Toponímia
- Fase 5: Digitalização dos topónimos na ortofoto
- Fase 6: Exposição pública dos mapas toponímicos
- Fase 7: Introdução de nova informação
- Fase 8: Entrega final aos concelhos e difusão na rede
A partir de 2020 começou a ser implementado um novo método adaptado à nova aplicação colaborativa online que irá simplificar alguns dos processos por que passavam os topónimos desde o seu registo em campo até a sua publicação na rede com o sistema original do PTG. A plataforma colaborativa Galicia Nomeada, que dispõe de uma aplicação para dispositivos móveis, permite otimizar tempo, recursos materiais e humanos e reduz as várias fases de trabalho acima referidas basicamente a duas:
- A pessoa, associação ou organismo colaborador irá tratar do trabalho de campo geolocalizando os nomes através dos seus dispositivos móveis ou do computador que tiver em casa. O contraste e verificação da informação faz-se em primeira instância através do conhecimento do território dos colaboradores pertencentes à mesma freguesia ou município.
- Posteriormente, será a vez de os especialistas em toponímia da RAG intervirem para normativizar esses topónimos com vista à sua consolidação na base de dados e publicação neste portal da Toponímia da Galiza. Finalmente, poderão ser consultados através do “localizador de topónimos de Galicia Nomeada".
No que respeita ao trabalho de campo, os princípios expostos na fase 2 continuam igualmente válidos e eficazes para realizar os inquéritos toponímicos em campo com as pessoas idosas possuidoras do conhecimento da toponímia viva que existe no território.