Vilalba, Cospeito, Burela, Pastoriza e Riotorto, cinco municípios lucenses que pode visitar na Fonsagrada

Atrás da igreja de Santa María da Fonsagrada existe uma fonte que, segundo a tradição popular, deu origem ao nome do município. A "fonte sagrada" é, sem dúvida, um dos locais de visita obrigatória da Fonsagrada, mas também pode visitar outros cinco "municípios" da província sem sair do seu território: Cospeito, Riotorto, Pastoriza, Burela e Vilalba, para além de municípios lucenses, são o nome de 5 de suas populações. 

Cospeito é um lugar da freguesia de Santo André de Logares, além de dar nome ao conhecido concelho da Terra Chá. Vários autores apontaram para o particípio do verbo latino CONSPICTI. 'visible, vista, mirador', ou seja, CONSPECTUS, como origem etimológica deste topónimo. Indicaria um lugar localizado numa elevação que servia como ponto de vista para discernir os arredores. Altamira, O Viso ou O Catadoiro são topónimos com os quais se relaciona semanticamente.

Os diferentes Riotorto que existem na Galiza, um deles na freguesia da Fonsagrada de San Pedro de Neiro assim como o município lucense na comarca de Meira, referem a existência de um rio sinuoso, com vários meandros que caracterizam o seu curso, do latim RIVUS TORTUS. O Riotorto fonsagradino pode ser devido tanto ao rego do Pito como ao rio San Pedro de Neiro, ambos localizados nas proximidades do local. Tanto um como outro traçam diferentes ângulos na geografia da freguesia. 

Por outro lado, Pastoriza, lugar da freguesia de Bruicedo, partilha o nome com 15 aldeias, duas freguesias e um município. O topônimo vem de PASTORICIAM, adjetivo 'pastor' derivado de PASTUS, particípio do verbo PACER. O sufixo também está incluído em outros topónimos galegos, como Vacariza ou Alvariza. 

Quanto à Burela, nome de uma aldeia de Carballido e do município da Mariña - este sem artigo - foi um topónimo que chamou a atenção de diversos filólogos. Bascuas interpretou-o como derivado do diminutivo -ELLA de uma forma *bura 'fervenza', que por sua vez viria de uma raiz indo-europeia *bher- 'ferver', muito frequente na hidronímia. Num vídeo da série de O Seminário de Onomástica Responde sobre o topónimo Boiro, Ana Boullón levantou duas hipóteses: um diminutivo de BORA, outro hidrónimo com o significado de 'lameira', 'auga estancada' ou 'poza'; ou talvez possa estar relacionado com a etimologia germânica BURA 'casa', da qual também derivaria Burón, nome documentado na aldeia e freguesia da Fonsagrada da Pobra do Burón.

Neste percurso pela geografia lucense sem sair da Fonsagrada, há que explicar um último topónimo. Vilalba é um nome composto: Vila, o primeiro dos elementos, é de origem latina, VILLAM, e significava 'explotación agropecuaria’, hoje expandido para 'lugar habitado' ou 'poboación'. O segundo dos componentes, ALBA, é, no entanto, mais contestado: poderia ser um derivado do adjetivo latino ALBUS, 'branco, brillante' ou talvez o cognome ou apelido da pessoa que possuía a vila medieval, ALBUS, muito comum na antiguidade.
 

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