Uma das dicotomias dialectológicas mais reconhecidas no país é a que separa a Galiza das "parrochas" da Galiza das "xoubas": grosso modo, desde a costa de Laxe até ao Cantábrico, passando pela Mariña Eonaviega, são "parochistas"; enquanto de Laxe para o sul, são "xoubistas".
O anterior leva-nos a pensar que se encontrarmos alguma "Parrocha" na toponímia, estaria situada algures na costa da Corunha, Lugo ou oeste das Astúrias e a sua origem teria algo a ver com atividades marítimas. Esta ideia seria reforçada pelo facto de o único significado registado no Dicionário da Real Academia Galega ser o de "sardinha pequena".
No entanto, chama a atenção que dos 13 lugares listados no Nomenclátor, apenas um deles atende à condição anterior. Este seria o lugar da Parrocha situada na freguesia do Esto, no concelho de Cabana de Bergantiños. As restantes localizam-se no interior ou no sul do país, onde "xouba" é a única forma de designar este modesto, mas suculento peixe.
Então, como explicar a existência de uma "Parrocha" em Rodeiro?
Podemos encontrar a resposta em dicionários antigos. O padre Sobreira definiu a palavra "parrocha" em 1790 como "cepa silvestre" e no Dicionário de Eladio Rodríguez, como "caseta para guardar herramientas o para guarecerse cuando se tiene una finca lejos de casa". Alguns destes dois significados, como construção ou fitotopónimo, devem estar presentes noutros lugares denominados A Parrocha, como conclui Gonzalo Navaza na sua obra Fitotoponimia galega.
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