Um topónimo quase único: Rábade

Rábade possui duas características que o diferenciam na nossa geografia. O primeiro é o seu tamanho: com pouco mais de 5 km2, é o segundo menor município do país, posição que ocupa com grande honra Mondariz-Balneario. O segundo, o seu nome: Rábade seria um hápax, isto é, um elemento único em toda a nossa nomenclatura, não fosse o facto de na freguesia vivairense de Covas existir uma Fonte de Rábade.

Seja como for, o nome Rábade também é curioso pela sua origem: provém do étimo hispano-árabe rabaḍ com o significado de 'bairro, subúrbio', palavra da qual também deriva o atual arrabalde do galego comum e os topónimos como Arrabalde ou Arrabaldo.

As aparições documentais deste topónimo são bastante abundantes desde os primeiros tempos, o que nos leva a pensar que o étimo de que provém Rábade ou Arrabaldo faz parte do inventário lexical galego desde muito cedo. Estes documentos são também a chave para compreender a origem do topónimo: segundo Paulo Martínez Lema, autor da obra Toponímia de Begonte e Rábade, podemos deduzir destes textos que “Rábade era originalmente o nome de um pequeno território ou alfoz (daí certamente o seu nome) a abranger também as freguesias hoje pertencentes aos concelhos de Begonte, Cospeito e Outeiro de Rei. De facto, a atual freguesia de Santa Mariña, em Outeiro de Rei, aparece recorrentemente na documentação como Santa Mariña de Rábade ”.

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