Chandrexa de Queixa «toponimizou-se» numa calorosa tarde de verão

A antiga escola de Celeiros recuperou durante algumas horas a sua atividade formativa graças à campanha Toponimízate. Neste caso, em vez de crianças, foram cerca de trinta adultos de Chandrexa de Queixa que assistiram à aula e participaram na palestra sobre a importância cultural dos topónimos menores que cobrem todo o seu vasto território e como podem contribuir para a sua salvaguarda. 

O relatório, que teve início por volta das 19h30 e durou até às 22h00, foi apresentado pelo próprio presidente da Câmara Municipal de Chandrexa, Francisco Rodríguez, que manifestou o seu entusiasmo por esta iniciativa, tão necessária e urgente em municípios como o seu. O próprio vereador vai disponibilizar os microtopónimos da sua aldeia, O Chao, através da plataforma colaborativa Galicia Nomeada.

Vicente Feijoo, coordenador técnico desta campanha informativa e do projeto Galicia Nomeada, centrou boa parte da palestra em explicar o funcionamento da aplicação colaborativa para que os moradores soubessem como inserir os nomes das herdades, prados, fontes, penhascos... existentes no território de cada uma das 35 freguesias que este município possui. Atualmente, são pouco mais de 150 topónimos recolhidos num município de 171,8 km², grande parte deles registados por um único colaborador, Miguel Martínez, morador de Drados. 

Os presentes puderam também conhecer a origem e o significado dos principais topónimos (freguesias e aldeias) do seu território, a começar pelo próprio concelho de Chandrexa de Queixa. Os testemunhos mais antigos deste, documentados como Chandegreja de Queixa em 1211, levam a pensar que o primeiro elemento do topónimo seria o sintagma “Chan da Eirexa/Igrexa” em referência a um local plano onde se situava a igreja matriz. Quanto ao segundo dos elementos, Queixa, nome de toda a serra, tem origem controversa. Os historiadores vincularam-no aos EQUESII, uma tribo que, segundo fontes clássicas e epigrafia, vivia ao norte do rio Lima. O etnónimo parece ligado ao celta *ekwos 'cabalo’. Alguns investigadores relacionaram-no também com topónimos como Requeixo, nome de uma das freguesias de Chandrexa de Queixa, que identifica lugares situados numa encosta no sopé de uma montanha ou serra. O Dicionário da Real Academia Galega define a palavra comum requeixo como um 'terreno em encosta que vai dar para um vale'. 

Esta parte da palestra também foi muito interessante para os participantes; tanto que têm previsto colocar os diapositivos com estas etimologias no site municipal para conhecimento de todos os moradores. As etimologias que mais surpreenderam o público foram as de Cadeliña, Candedo, Casteligo, Fitoiro, Chavéan, Chaveanciños, As Taboazas e Zamorela. Também estavam muito interessados em saber a grafia correta de Acevedo e Bozqueimado, nomes de lugares que muitas vezes aparecem nas placas de trânsito com as grafias incorretas de *Acebedo e *Vozqueimado. Da mesma forma, Pedrazás e A Quinta aparecem sem os respetivos artigos. A palestra foi muito construtiva porque também pudemos aprender os nomes das aldeias que não estão incluídas na Nomenclatura oficial de Entidades Populacionais.

Dois dias após a palestra, mais de metade dos participantes já tinha efetuado o registo na plataforma. Temos certeza que nos próximos dias continuaremos a juntar colaboradores de todo o município. Agradecemos a todos eles pelo seu trabalho altruísta para garantir que a riqueza toponímica de Chandrexa não se perca.

A Fonsagrada, próxima paragem da campanha Toponimízate

Depois de Chandrexa de Queixa, a campanha Toponomízate vai descansar três semanas até 19 de agosto, quando se deslocará para o município de Fonsagrada. A palestra acontecerá no auditório da Câmara Municipal, a partir das 19h.

 
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