O resgate da toponímia de Camariñas será o foco da palestra Toponimízate desta semana

A campanha Toponimízate. Falámosche dos nomes da túa terra muda de província nesta última semana do mês de junho. Depois de visitar os municípios ourenses de Vilar de Santos e Cualedro nas duas primeiras datas desta temporada, a iniciativa com que a Real Academia Galega e a Secretaría Xeral da Lingua percorrem o país em busca de pessoas e entidades comprometidas com a nossa toponímia irá fazer paragem em Camariñas na próxima sexta-feira, dia 28. O local escolhido pela Câmara Municipal e pela Associação A Croa para a realização desta actividade foi A Casa de Pedra (Avenida da Coruña s/n), que terá início às 20h00 e será apresentada pelo jornalista da Rádio Galega, Xusto López Carril e a presidenta da Câmara, Sandra Insua.

A campanha vai a estas terras da Costa da Morte com o intuito de ampliar o seu exército de voluntários para preencher a base de dados da plataforma Galicia Nomeada com topónimos. E fá-lo num município como o de Camariñas por vários motivos: porque não foi objeto de recolha durante os anos em que esteve ativo o Proxecto Toponimia de Galicia (PTG 2000-2011); porque dificilmente possui colaboradores registados na plataforma; e pelo interesse da Câmara e da Asociación de Montes A Croa, nomeadamente da jornalista Chus Castro, em levar a cabo este projeto de recuperação dos nomes menores do seu território e do seu mar.

Como é hábito, o responsável pela apresentação do relatório será Vicente Feijoo, coordenador técnico do Galicia Nomeada e do Seminario de Onomástica da RAG, que centrará a sua intervenção na explicação do funcionamento da aplicação Galicia Nomeada e das suas principais características: como solicitar uma conta de usuário; como inserir um topónimo; como anexar imagens, áudio ou documentos; como enviar sugestões sobre nomes de lugares existentes no visualizador...

Além das questões técnicas, será ainda tratada detalhadamente a origem e o significado dos nomes que fazem parte da paisagem quotidiana de Camariñas, uma parte do relatório que conta com as contribuições etimológicas de Gonzalo Navaza, especialista em toponímia e académico da RAG. Um destes nomes mais significativos e reconhecíveis no termo municipal de Camariñas é o de Cabo Vilán. Este topônimo aparece na cartografia histórica como Belén, Velem, Bellam, Veillane, Vilán... e foi castelanizado em Villano, quando interpretado como um derivado do latim VILLANO 'habitante de uma cidade', significado que mais tarde foi estendido para ' ruína' ou 'pessoa que demonstra baixeza'. No entanto, é um topónimo de etimologia controversa para o qual também foram discutidas outras hipóteses, como relacioná-lo ao apelido VIL(L)ANUS ou a um ornitónimo relacionado com a ave de rapina denominada "miñato", entre outras.

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