Alfonso Blanco Quintela explora a toponímia maior de Muros numa nova publicação da coleção Terra Nomeada

A coleção “Terra Nomeada” publicada pela Asociación Galega de Onomástica e pela Real Academia Galega continua a crescer. Se há pouco mais de um mês a filóloga Andrea Santiso Arias apresentou na Casa da Cultura de Antas de Ulla o volume dedicado aos topónimos deste concelho de Lugo, desta vez é Alfonso Blanco Quintela quem analisa a toponímia do concelho de Muros, na Corunha, em uma nova publicação que acaba de saír a lume.

Na sexta-feira, dia 16 de março, a antiga fábrica da Sel vestiu-se de gala para a apresentação da Toponimia de Muros. Junto com o autor e muitos moradores de Muros, estiveram presentes o presidente da RAG, Víctor F. Freixanes, o diretor do Seminario de Onomástica da RAG, Antón Santamarina, a presidente da Asociación Galega de Onomástica e académica correspondente, Luz Méndez; o secretário adjunto da RAG, Henrique Monteagudo, natural deste município; e a presidente da Câmara Municipal de Muros, María Lago Lestón.

Alfonso Blanco Quintela é professor de latim e grego no IES Fontexería de Muros e possui uma extensa carreira na área de tradução. Devemos-lhe a versão galega de peças clássicas de autores como Cícero ou Júlio César e também de Johannes Kepler ou Francis Bacon. No entanto, uma das suas grandes paixões sempre foi a toponímia e, concretamente, a do concelho de adoção onde leciona, paixão que resultou neste livro de investigação etimológica sobre os nomes de Muros. 

Toponímia de Muros revê a origem e o significado dos 105 nomes que compõem a sua toponímia maior e outros sete nomes únicos da sua toponímia menor, entre os quais destacamos O Ingüeiro, um nome único na onomástica galega que indica o local onde, em momentos específicos do ano, a lagoa do Louro ou das Xarfas transborda sobre o banco de areia que a separa do mar, formando um rio de águas bastante rápidas nos primeiros dias do fenómeno. Segundo o autor, “a corrente comeza o seu camiño nun punto estreito, o máis doado de superar polo fluxo, e é esa angostura na que temos que reparar para atopar a orixe da palabra”. Quanto à origem etimológica, Alfonso Blanco Quintela propõe que O Ingüeiro seria uma variante de angueiro, substantivo recolhido em vários dicionários históricos da nossa língua com o significado de 'pequena canle, polo común estreita e profunda, que polo medio dos xuncais leva augas correntes ao mar'. “Á súa vez, angüeiro parece ser unha alteración de augüeiro, derivado de augua, unha das formas que tomou en galego o termo latín ĂQUA”, detalha o autor.

O livro Toponimia de Muros de Alfonso Blanco Quintela, bem como o de Andrea Santiso Arias sobre a Toponímia de Antas de Ulla, podem ser descarregados no site da Real Academia Galega e também na secção “Publicacións de interese” deste site, onde também estão disponíveis para consultar mais de 60 publicações relacionadas com a toponímia galega.

Galería de imaxes
Tipos