Xosé María Lema apresentou em Carballo o relatório sobre a grafia do topónimo Verdillo/Berdillo

Na passada quinta-feira, 12 de setembro, o académico correspondente da Real Academia Galega, Xosé María Lema Suárez, participou nas interessantes Xornadas de Microtoponimia do Concello de Carballo para explicar, de forma muito didática e ilustrativa, os motivos que levaram o Seminario de Onomástica da RAG a propor a mudança na grafia da freguesia de Berdillo, que na próxima edição do Nomenclátor oficial de entidades populacionais da Galiza passará a figurar como Verdillo, com V.

O salão de atos do Centro Social de Verdillo tornou-se pequeno para acolher os participantes na apresentação de Xosé María Lema, dado o interesse que o tema desperta entre os moradores da freguesia. Veni Serrano, secretário do conselho paroquial de Verdillo, destacou a importância do relatório e declarou: “Hoxe é un día histórico”.

Entre os presentes estavam a vereadora de Arquivos, Bibliotecas e Normalização Linguística, Ángeles Pacoret, e o presidente da Câmara Municipal, Evencio Ferrero. Foi precisamente o presidente da Câmara de Carballo quem, em 2018, solicitou ao Seminário de Onomástica da RAG a redação de um relatório que esclarecesse os motivos da escolha da grafia B, dado que “unha parte moi importante da veciñanza quería que se denominase Verdillo, con V”.

No relatório, do qual já falámos nesta página, explicava-se que um dos critérios seguidos pela Comissão de Toponímia para fixar os topónimos do Nomenclátor de Galicia de 2003 foi a congruência com as grafias históricas e etimológicas do galego comum. No entanto, quando a etimologia era obscura, duvidosa ou controversa, como no caso de Berdillo, optou-se, geralmente, pela grafia habitual ou consolidada na tradição escrita dos últimos séculos. No caso deste topónimo, a grafia habitual nos nomenclátores dos séculos XIX e XX era com B inicial, razão pela qual ficou oficializada no Nomenclátor vigente como Berdillo.

Após a solicitação do presidente da Câmara de Carballo, os membros do Seminário de Onomástica da RAG decidiram realizar uma investigação muito mais aprofundada sobre a grafia histórica. Baseando-se nos resultados deste estudo documental, desde a Idade Média até o século XX, o seminário optou pela forma Verdillo, considerando principalmente “as atestacións máis antigas –do século XV, cando seguramente aínda o b e o v tiñan pronuncia distinta– e tamén o uso maioritario do V- inicial na documentación dos séculos seguintes ata a actualidade”.

Como complemento à apresentação de Xosé María Lema, a Câmara Municipal de Carballo decidiu editar o relatório e distribuí-lo entre os moradores. Os interessados em obter um exemplar podem solicitá-lo nas bibliotecas municipais de Carballo ou descarregá-lo nesta ligação.

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